quinta-feira, abril 28, 2005

Quem não tá, vai ficar!

Chegar em casa de um dia longo na biblioteca.
As provas finais começam daqui a uma semana exatamente.
Ligar o computador e checar os emails.

"Dear Students
If there is any reason why you might need special consideration during the exams - dyslexia (confirmed by official testing), panic attacks or other reason - please let me know immediately so special arrangements can be made if necessary.
Best wishes and good luck for your exams
Jane"

Ah! Que bom! Agora tô bem mais calma...


Pelo menos a Tati trouxe mate pra mim! Posted by Hello
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quarta-feira, abril 27, 2005

"Catastróficos improvisos"

Foi assim que o Clóvis Rossi definiu hoje a grande burrice que o Lula fez. Fiquei estarrecida ao ler as matérias nos jornais. Mas o pior é se dar conta que, em se tratando do Lula - o que falou "[d]aquele vendaval na Ásia" se referindo ao tsunami - não é nem tão surpreendente assim. Como é que pode?!?!

Hoje, o editorial da Folha dá uma palmada no "traseiro" dele. Bem feito!

PALPITE INFELIZ
As estarrecedoras declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, procurando transferir para o cidadão a culpa pelas elevadíssimas taxas de juros que são pagas ao setor bancário, deixaram a impressão de que o primeiro mandatário teria momentaneamente se esquecido de que a política econômica em vigor é de inteira responsabilidade do governo que tem sob seu comando.
Talvez vitimado por alguma sorte de amnésia, também não seria demais lembrá-lo de que é da sua alçada a indicação do presidente do Banco Central, instituição que, sob protestos generalizados, vem praticando uma política de juros asfixiante na tentativa de cumprir metas de inflação irrealistas, fixadas, aliás, com o endosso do Planalto.
Outro aspecto que parece ter escapado ao presidente reside no fato de que a União, ao se dispor a pagar juros exorbitantes por títulos da dívida pública, tem se transformado num dos principais artífices da baixa competição e da limitada oferta de crédito no setor financeiro.
Só pode, portanto, ser recebida como um escárnio a grosseira tentativa de atribuir ao consumidor -"incapaz de levantar o traseiro" na busca de crédito mais barato- uma responsabilidade que é do governo. No discurso do presidente tudo se passa como se a taxa básica de juros não exercesse papel algum sobre a economia, cabendo ao cidadão simplesmente abandonar o "comodismo" e suprir sua "falta de consciência" para encontrar crédito barato.
Diante de tanta impertinência, é conveniente mencionar que a vitória do candidato Lula em 2002 esteve estreitamente associada a expectativas de mudanças na área econômica. Elas não deveriam seguir, obviamente, a senda irresponsável outrora indicada por alguns ilustres "companheiros", mas sim o caminho seguro da valorização do setor produtivo e do emprego em detrimento da folia financista que se instalara entre nós.
Hoje, todavia, mais de dois anos após a posse, o presidente desperta calorosos aplausos dos mercados financeiros e a política econômica de sua equipe, beneficiada por uma conjuntura externa muito favorável, apenas repete, de maneira comodista, os preceitos estabelecidos pela gestão anterior.
Já desabituado a um ritmo vigoroso de crescimento, como experimentou no século passado, o país vai sendo convidado a se conformar com resultados medíocres, alardeados pelas autoridades econômicas como excepcionais, num perigoso processo de auto-engano. Vale lembrar que, de acordo com o FMI, o crescimento do PIB do Brasil em 2004 (5,2%) ficou bem abaixo da média dos países em desenvolvimento (7,2%), perspectiva que está colocada novamente para 2005 (o Fundo projeta expansão de 3,7% para o Brasil e de 6,3% para o mundo em desenvolvimento).
É fato, no que tange aos juros cobrados em alguns segmentos, que houve iniciativas importantes da atual administração. Alguns esforços têm sido feitos no sentido de favorecer o acesso ao crédito de setores de baixa renda e é notório o êxito dos empréstimos pessoais garantidos pela folha salarial.
Nada disso, porém, substitui a urgente necessidade de o país -a exemplo do que conseguiu fazer na década passada para suplantar a inflação- perseguir soluções estruturais para eliminar essa gritante anomalia que são as taxas de juros praticadas em nossa economia.
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Livro 4 da Cultura


Troca da guarda. "Fiz aquela foto do livro da Cultura Inglesa. A do livro 4", contou o Alan, relatando um dos dias deles por aqui, naquele encontro de início de noite. Hoje ele me mandou a foto. Merece o post. É do livro da Cultura ou não é? "Aquele. O 4. Advanced." :)  Posted by Hello
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terça-feira, abril 26, 2005

"And then tudo dá certo..."

Acho que já falei, mas nunca é demais. Estudar num lugar onde só tem CDF faz você perder completamente o referencial das coisas. Hoje (antes de meia-noite, segunda-feira) estudei das 10h até 0h30. Com parada para almoço, jantar e para umas espreguiçadas. E juro que nem acho tanto assim. Tô maluca, não tô?
Entre um texto e outro (ah! hoje comprei um livro maravilhoso, que já tinha lido muitas partes e fiquei toooda feliz!), as conversas sobre o que cada um tá estudando para a prova. A Lola, uma amiga inglesa que morou no Brasil um tempo, me falou dos tópicos que está revendo e disse que dá para puxar um assunto que não cai para uma questão que aparece e que não estávamos prevendo. "And then tudo dá certo". O "tudo dá certo" tem que ser em português! Claro!

No jantar hoje, o Mariano tava comentando com o Kevin a cantoria da rapaziada africana da limpeza todo dia de manhã no andar deles. "Me sinto assistindo a um programa do National Geographic. Só que ao vivo". Talvez não seja engraçado contado aqui, mas na hora eu quase morri engasgada. Já pedi para eles me chamarem pra ouvir amanhã.
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domingo, abril 24, 2005

América Latina como deve ser

Desde que o presidente do Equador Lucio Gutiérrez foi deposto, na quarta-feira, a Folha vem dando um show de cobertura. Para os que gostam de temas ligados à América Latina e consideram a cobertura importante, é gritante o banho que a Folha vem dando.
Os outros jornais brasileiros cismam manter o papa como o assunto mais importante, como o "abre" da Internacional.
A eleição de Ratzinger é sim um assunto de extrema importância. Mas um artigo publicado hoje na Folha, assinado pela Eliane Cantanhêde, mostra por que todas (ou quase todas) as nossas atenções deveriam estar voltadas para o Equador.
A instabilidade regional, assunto que a cada dia vem sendo mais comentado pelos latino-americanistas, tornou-se ainda mais evidente essa semana.
Seis dos 12 países da América do Sul têm eleições presidenciais previstas para 2006. Além de Brasil, o Peru, a Colômbia, a Venezuela, o Chile e o Equador. Em alguns casos, como o de Toledo no Peru, houve uma espécie de pacto: o de deixar o governo desmilingüir-se até acabar por "morte natural" na eleição. O Equador "matou" o seu presidente. O Peru e a Bolívia podem estar convivendo com "mortos-vivos".

O parágrafo acima encerra o excelente artigo. Quem ainda não viu e se interessa pelo assunto não pode perder. Para quem tem senha da Folha ou do Uol, esse é o link direto para ele.
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sábado, abril 23, 2005

Maracatu na Waterloo Bridge


A história toda começou no sábado passado. Aniversário da minha amiga grega, a Mariangela. Demos para ela um CD do Seu Jorge. Quando ela abriu o embrulho, gritou: "I don't belieeeeeve! Is it the one we've heard in Guanabara?? The "Carolina" song?!?!" E deu saltos e mais saltos de felicidade.
Pois hoje ela acabou me convencendo a irmos ao show dele no Royal Festival Hall. Em cima da hora, decidimos chegar lá e ver se ainda havia ingresso.
O "Séu Xorxe", como ela diz, está em todo lugar por aqui. É a capa desse mês da Jungle Drums, a revista moderninha da comunidade brasileira, e todos que gostam de filme latino falam dele se referindo ao "Cidadx dx Déus", fazendo questão de não falar "City of God". Na Virgin e na HMV a capa do seu disco novo vem anunciando a participação dele no "The Life Aquatic with Steve Zissou".

E o show foi maravilhoso! A Mariangela se encantou com a cuíca e já me perguntou se eu acho que seria muito difícil aprender. Cantamos juntas "Carol, carol, carol, carol" às gargalhadas.
A platéia, com o melhor e o pior da empolgação brasileira. Supercalorosa. Mas escandalosa demais. Na hora que ele começou a falar sobre o show (em inglês), muitos gritavam "em português!!". Seu Jorge, educadamente, mandou: "Pô, galera, vocês já são daqui. Vocês falam inglês. E tem uma rapaziada aqui que não fala português. Tô aqui pra representar o Brasil. Pra defender vocês".
No fim do show, ao som da cuíca que parecia uma pessoa chorando, ele cantou "Eu sou favela". Como uma parte improvisada da música, arrematou em inglês: "Muito do que vocês lêem por aqui não é verdade. Noventa por cento das pessoas que vivem na favela são honestas e vivem uma vida dura".
O bis foi com o sambão dos sambões "É Hoje": "A minha alegria atravessou o mar / E ancorou na passarela / No maior show da terra / Será que eu serei o dono dessa festa / No meio de uma gente tão modesta". Quase desmaiei! :)

Quando a gente pensava que tudo já tinha acabado, um grupo de maracatu saiu do Royal Festival Hall e cruzou a Waterloo Bridge até a outra margem do rio, de onde saiu um barco com uma festa onde Seu Jorge parece que iria dar uma de DJ. A multidão de brasileiros e não-brasileiros extremamente empolgados acabou fechando a metade de uma das pistas e os carros e ônibus passavam buzinando. Todos os motoristas morrendo de rir. Alguns passageiros dos tradicionais ônibus de dois andares davam tchauzinho.

Nós, caminhando na frente, só dizíamos: "Meu Deus! Isso é impressionante". Carnaval em Londres, sobre o Tâmisa. Com a London Eye de um lado, o Big Ben em frente e a Saint Paul's Cathedral do outro. E todo mundo de bom humor. A vontade era de ligar para todo mundo e falar: "Ouve isso aqui!"
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quinta-feira, abril 21, 2005

Barato de se viver

Cheguei a uma conclusão importante com a ajuda da Mirella e do Alan. Londres é uma cidade barata de se viver. Se você ganha em pounds não é tão cara assim não. Sério.
Hoje, de visita na casa da Néli em Hackney, tomamos um Chateauneuf du Pape para comemorar várias coisas. Hoje foi um dia especial!!
Chateauneuf du Pape não é tão caro aqui quanto é no Brasil. É possível comprar uma garrafa com o que se gastaria pagando três promoções de Big Mac. Sério. E hoje eu fiz questão!!
"Enquanto você bebe, os presidentes caem na América Latina", disse o Douglas, me informando que o Gutierrez se fué.

E mais importante ainda: ganhei um hidratante da Natura de castanha do pará da Mirella! Pra matar as saudades do Brasil! Isso que é prova de amizade!! E o Alan confessou que tem medo de bate-bola que nem eu! Ê, casal bom esse! Vou fundar uma comunidade no Orkut. Eu tenho medo de bate-bola!
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quarta-feira, abril 20, 2005

Cassava chips

Comi aipim hoje! Depois de sete meses sem, comer "ipim frito" é uma emoção! :D
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terça-feira, abril 19, 2005

Estudando, estudando...


Sem muitas novidades no início da semana (todas elas são relacionadas ao uso da taxa de câmbio na economia, por isso nada interessantes), aqui vai mais uma foto do último sábado Posted by Hello
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domingo, abril 17, 2005

"Well done, everybody!!"

Londres estava perfeita! O dia mais lindo desde que cheguei, em setembro. Tava um pouco frio, mas não havia ne-nhu-ma nuvem no céu. A cidade estava linda para a maratona. Alguns dizem que é a mais importante do mundo. Outros reconhecem que esse título é disputado com a de Nova York e a de Berlim.
Mas estávamos lá! Claro que chorei de emoção vendo do alto da Ponte de Waterloo as primeiras imagens da maratona. Os atletas correndo e a multidão gritando: "Well done, everybody!!"
Londres estava alegre e pra cima. Esperando o Alan e a Mirella no metrô, dava vontade de dar parabéns para cada um dos corredores (magrinhos e mancos por causa da corrida) que tomavam a condução de volta para casa com suas medalhas. Esses estavam entre os primeiros a chegar.
O St. James's, um dos meus parques preferidos, está todo florido e ficamos um bom tempo de papo sentados na grama. Depois seguimos para o Hampstead Heath, meu parque do coração. Dia de muita caminhada. Talvez pela empolgação da maratona! Ainda vou correr uma!!
Fotos de tudo, tudo aqui.

Corredores e o Palácio de Buckingham Posted by Hello

Na dispersão da maratona. Ao fundo as plaquinhas
para os atletas encontrarem seus parentes na letra do
seu sobrenome Posted by Hello

No St. James's Park, a foto batizada de "Ah! É!" Posted by Hello

Fim do dia no café da Kenwood House, em Hampstead
Heath Posted by Hello
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Alan e Mirella chegaram!

Nos encontramos em Holborn, tomamos uma pint no The Lamb e seguimos para Angel para encontrar o resto do pessoal. Eu queria ouvir as histórias do encontro com o rei da Espanha para receber o prêmio e as impressões de Madri e Toledo mas ainda não foi suficiente...
Em Angel, a gente se encontrou com vários dos meu amigões. Superdesestressada dos estudos!
Mais fotos de ontem, na máquina no Alan e da Mirella. Vou cobrar deles!

Alan, Angie e Guy no Salmon and Compass Posted by Hello
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sexta-feira, abril 15, 2005

Angel para relaxar

Amanhã é dia de Angeeel! A região de barzinhos superlegal aqui de Londres. O Alan chega e vou arrastá-lo para o Salmon and Compass. Parar de pensar nas provas num sabadozinho à noite.

Fotos antigas por causa da falta de novas. Do único dia que saí à noite sem casaco. Aniversário da Olivia, colega do curso, no Medicine Bar, também em Angel. O calor durou pouco e demora para voltar... Continuamos na espera.


No ponto de ônibus, a trupe do hall! Posted by Hello

Maren, Olivia (aniversariante), Lorna e Emma Posted by Hello

Volta pra casa com cara de capa de CD de banda de rockPosted by Hello
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quinta-feira, abril 14, 2005

Festen, finalmente!

Ontem foi o dia de realizar o primeiro dos desejos que tive em Londres. Assitir à maravilhosa Festen, que sai de cartaz nesse sábado agora. A crítica publicada no Guardian é de dois dias depois da minha chegada aqui. "Parece que foi ontem..." Depois da peça, os elogios e comentários foram feitos com vinho, mexilhões e lulas num restaurantezinho no Soho.
Hoje, dia de intenso estudo na biblioteca. À espera do sol.

Almoçando na Gordon Square naquela época que Londres ameaçou a primavera. Fotos para chamar o sol de volta!! Posted by Hello
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quarta-feira, abril 13, 2005

Rescue remedy and rule of the law


Difícil manter a tranqüilidade para as provas quando se vive num ninho de CDFs estressados e ansiosos... Não me excluo de maneira nenhuma dessas definições. Estou escrevendo esse post rapidinho com um livro sobre o Estado de Direito na América Latina no colo, mas só para não deixar de dar notícias...
Neguinho já tá tomando rescue remedy para não sentir "aquela dorzinha que dá aqui, sabe?" (mostrando aquela parte onde as costelas se separam).
Hoje eu sonhei que em uma das provas tinha que achar a página exata de uma determinada frase localizada em algum lugar de todos os readings que já fiz.
Estressado? Não... Ninguém tá estressado aqui não.
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domingo, abril 10, 2005

Nossas Marias Cheias de Graça


"Baseado em 1000 fatos reais" Posted by Hello

A cabeça chegou queimando agora do cinema. Pensei em correr com os estudos ou ler os jornais e deixar para amanhã o comentário sobre o Maria Cheia de Graça.
Só que não dá. O coração parou de bater forte só agora e escrever amanhã talvez esfrie demais as idéias.
A semana foi de árduos estudos sobre as teorias de desenvolvimento e - entre estruturalistas, neoclássicos, algumas trocas de email com o Maurício e as lembranças de todas as calorosas discussões que tive com o meu professor de economia - acabei chegando à conclusão de que é muito mais fácil entender o mundo pela visão dos neoclássicos. É fácil entender que um governo deve gastar menos (ou o mesmo) do que arrecada. É fácil entender que altas taxas de juros servem para controlar a inflação e também atraem capital financeiro.
Mas é difícil entender imediatamente os heterodoxos. Sabe-se que para criar emprego, para passar a exportar conhecimento ou produtos com valor agregado é preciso investimento. Mas como? Talvez a dificuldade em entender os estruturalistas esteja no fato de que as tentativas de se aplicar tais teorias no Brasil tenham sido desastrosas. O aumento absurdo da dívida externa e da desigualdade de renda durante os anos de industrialização por substituição de importações e toda a memória (ainda recente) de Zélia Cardoso de Melo e do Plano Collor.
Todo esse bla, bla, bla aí de cima para dizer que Maria Cheia de Graça é um filme sobre um continente que não tem trabalho. Que não tem trabalho talvez porque em geral seja um continente que ainda não aprendeu como gerar emprego e principalmente como dividir a renda. Um continente de pessoas que se acostumaram ao subemprego porque não há outra saída. Pode-se engolir 60 cápsulas de cocaína e tentar chegar aos EUA. Mas não são todas as Marias que conhecem um motoqueiro chamado Franklin e que têm essa coragem.
Antes do cinema - e depois de um concerto maravilhoso - fomos almoçar e o garçom que nos atendeu era brasileiro. Como um bom conterrâneo, acabou sentando com a gente (com uma pilha de pratos na sua frente) e continuou o papo. Perguntou o que fazíamos em Londres e quando quis saber onde a Tati trabalhava, a resposta:
- Trabalho ali na Shell - disse a Tati, evitando falar que era advogada da empresa e mantendo a sua tradicional simplicidade.
- A Shell tem posto aqui? - perguntou o rapaz.
Duas histórias de um continente que se acostumou à falta de oportunidades. Que sabe que o seu lugar é no subemprego. Que aprendeu na marra a ter jogo de cintura para sobreviver.
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Agamenon e mexilhões

Pensamento do Dia ("ou melhor, do Globo"):
"O problema da separação da cidade do Rio de Janeiro e do Estado do Rio é: quem vai ficar com o Garotinho nos fins de semana?"
Ciro Darlan,
juiz de menores

Tinha esquecido do Agamenon e não lia a coluna há quase sete meses. Maravilhoso, maravilhoso.

Ontem foi dia de Blackheath (bairro charmoso onde moram a Iracema e o Diego) e mariscos na cervejaria Zero Degrees. Tão bom, mas tão bom que dá vontade de levar o mundo tooodo para experimentar!
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sexta-feira, abril 08, 2005

Divagações na corner shop

Desde que acabaram as aulas, entre um texto e outro, no meio do dia dou um pulo no Russell Square Supermarket, que com esse nome bonito não passa de uma daquelas simpáticas lojinhas de indianos que têm de tudo. De marca-texto ao meu querido falafel, do qual vou morrer de saudades...
Lá descobri que não sou a pessoa mais ansiosa do mundo. Um dos indianos que está sempre no caixa diz o valor do que você comprou já separando o troco. Ele nem sabe se você vai dar o dinheiro trocado, 50p a mais ou se vem com uma nota de 20 pounds. Mas já vai separando o troco. Comecei a me divertir com isso. Dou uma olhada nas moedas que ele tá pegando e saco um dinheiro nada a ver. Só pra irritar ou pra fazer ele desistir daquilo e procurar um tai chi aqui por perto.
Uma outra coisa me me intriga: Por que a gente acredita naquele "Natural Orange Juice" que vem estampado nas caixinhas e garrafinhas por aqui?? Esses dias me peguei montando um ranking na minha cabeça dos piores sucos de laranja do Reino Unido. Depois de todo primeiro gole eu sempre penso: "Meu Deus! Por que acredito neste 'Natural Orange Juice'??"
Que me perdoem mamã (é aniversário dela hoje!) e papá, mas o mate leão de copinho é o que mais me dá saudade do Brasil. Com ele não posso falar pelo telefone, ele não manda email e nem vem me visitar...
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quarta-feira, abril 06, 2005

"Hol van..." + mímicas

Saí da casa da Marcela com uma listinha de frases que poderiam ser úteis. Do "szia" ("olá") até o "Nem beszélek magyarul" ("não falo húngaro"). O pai dela é húngaro e toda a família falava eslovaco e húngaro em casa. A cara de todos quando a Marcela explicava que eu estava indo sozinha de trem para Budapeste era de surpresa. Bom, se eu decepcionei por não ser uma mulatona com cara de passista de escola de samba, pelo menos a coragem impressionou.
A chegada em Busdapeste não foi fácil. Não tinha nem um mapinha sequer pra me localizar e as primeiras duas horas foram de mímica e muito "hol van...?" ("onde fica...?"). Comecei a procurar pelas ruas perto da estação uma pessoa com cara de que English speaker. Vi uma jovem num balcão de uma sapataria que me inspirou confiança. Maravilha. Saí de lá com um papelzinho com o nome da estação de metrô que tinha que saltar, no centro da cidade, e a linha que deveria pegar. Pra achar a entrada do metrô foi outra luta. Mas me achei o máximo falando "Hol van metro?", interpretando as mímicas de "vira à esquerda, vira à direita, segue em frente" e agradecendo com "Köszönöm". Um idioma em que a palavra "obrigada" tem três tremas está longe de ser considerado fácil e estava orgulhosa com a minha fluência em húngaro.
As fotos estão aqui. Mas é uma cidade que definitivamente tenho que voltar. Fiquei pouquíssimas horas e ainda há muito a ser visto.
Ah! Budapeste é também a cidade dos homens mais bonitos do Planeta Terra. É tão impressionante que parece pegadinha do Faustão.

Parlamento visto da Chain Bridge Posted by Hello
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terça-feira, abril 05, 2005

O próximo hit

Não escondo de ninguém a minha paixão por Bratislava. Os que perguntam como foi a viagem para Praga ficam muito decepcionados quando os louros vêm para uma cidade que ainda tenho que dizer que "é a capital da Eslováquia". Melhor assim!
Bratislava foi recentemente reformada e a Marcela não parava de falar "isso não era assim", "nossa! como está melhor!" As más línguas dizem que a reforma foi feita para a visita de Bush no mês passado, quando a cidade parou. Uma amiga da Marcela ficou sem trabalhar quatro dias por causa do acontecimento. E a comitiva de Bush ainda cometeu a tradicional gafe de confundir Eslováquia com Eslovênia. A Marcela morre de rir ao dizer que já teve até um visto, um documento oficial emitido pelo governo da Espanha, em que era identificada como eslovena.
Na Eslováquia, fiquei hospedada na casa dos pais da Marcela. Num vilarejo chamado Diakovce ("Diacóvtse"), onde todo mundo cria porcos e faz a sua própria lingüiça. Comida maravilhosa!! Ao chegar lá, tive que me acostumar à cara de decepção dos parentes dela quando me viam e falavam: "Você que é a brasileira?" Esperavam uma mulatona alta e cheia de plumas. Hahaha! A minha respota: "Se você quiser posso sambar. Pelo menos isso eu sei". Quando eu perguntava de que país parecia vir, as mais diversas respostas. Geórgia e Índia entre elas.
E com vocês, Bratislava!! A cidade que eu apostaria como o próximo hit do Leste Europeu. Cheia de cafés charmosos, lojinhas alternativas e bonitinhas. Trouxe pra casa uma garrafa de Vinea, o refrigerante eslovaco, e um CD da banda de um amigo da Marcela que trabalha numa loja que lembra muito a do filme "Alta Fidelidade".
Fotos, fotos aqui!
Amanhã, Budapeste! Pra onde fui sozinha no dia em que a Marcela ia visitar madrinha, avós etc. Fiquei com fama de corajosa por enfrentar Budapeste, as polícias de imigração eslovaca e húngara no trem sem falar os idiomas. Mas isso é pra amanhã.

"Cumil", ou "aquele que espia", uma das charmosas
estátuas no centro de Bratislava Posted by Hello
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domingo, abril 03, 2005

Morrer assassinado no Rio

Esse post não vai ser sobre Bratislava. Nem sobre o Papa.
Passar um tempo longe do Rio faz a gente ficar ainda mais chocado com as coisas que têm acontecido. Além da chacina que matou crianças que adoravam estudar e trabalhavam há mais tempo do que muita gente grande, um jovem foi morto a tiros numa festa de calouros na faculdade de direito da UFF. O pró-reitor administrativo da Candido Mendes morreu numa tentativa de assalto no Jacaré.
Morrer assassinado passou a ser comum.
Quando é que a gente vai achar uma solução decente pra isso???

Quem mora fora do país sabe como no exterior o Rio é cada vez mais identificado à violência. O primeiro comentário que se ouve depois que se diz ser do Rio de Janeiro não é mais sobre as praias ou sobre o Carnaval. Nunca.

Abaixo, exemplos recentíssimos de como a nossa cidade brilha na imprensa estrangeira:

Clarín (Agentina): Masacre de un escuadrón en Río
The New York Times (EUA): Police Suspected in Rio Massacre e String of Street Shootings Kill 30, Including Youths, in Rio Suburb
The Washington Post (EUA): At Least 30 Are Killed In Rio Shooting Spree
The Wall Street Journal (EUA): Gunmen Kill 30 In Brazil 's Rio De Janeiro
Le Monde (França): Trente morts au cours d'un massacre dans la banlieue de Rio
El Mundo (Espanha): Desconocidos que se desplazaban en dos coches provocan una matanza en suburbios de Río de Janeiro
The Globe and Mail (Canadá): Police suspected in Rio slum killings
ABC Color (Paraguai): Grupo de exterminio mata a decenas de personas en Río de Janeiro
El Deber (Bolivia): Al menos 30 muertos por masacre en Río de Janeiro
El Tiempo (Colômbia): Masacre en dos suburbios de Rio de Janeiro (Brasil) deja 30 personas muertas
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sábado, abril 02, 2005

Dores e delícias de uma linda cidade

Resolvi contar a viagem em três partes pra ficar menos pesado e deixar aquele gostinho de "A seguir, cenas dos próximos capítulos".
A primeira escala foi Praga, uma cidade realmente linda. Mas por isso mesmo, lotaaaaada de turistas. Dá um certo mau humor andar no meio daquela multidão. Aquela parte da cidade, dos dois lados do rio, entre o Castelo de Praga e uns quarteirões abaixo da Charles Bridge vive exclusivamente em função do turismo.
Mas aqui estão as coisas fascinantes:
- A harmonia entre os resquícios do período comunista e a vida moderna da cidade. Fiquei completamente encantada pelo metrô. Comunismo puro. Estações grandes e imponentes. Algumas coisas douradas e prateadas. A voz que avisa que o trem vai fechar a porta e partir tem algumas boas décadas. E a frase em tcheco é tão melódica que pedi pra Marcela me ensinar. "Ukoncite prosín výstup a nástup, dvere se zavírejí". Passei dois dias treinando. Agora tô craque. Hahaha! Ficamos hospedadas na casa da irmã dela, numa cidadezinha próxima à Praga, Beroun. Longe do centrão, os resíduos do comunismo são ainda mais visíveis.
- O Slavia Kavárna, esse café da foto aí de baixo. É como se fosse uma Colombo de frente pra o Castelo de Praga. Tão amado pelas pessoas da cidade, que dizem que quando americanos compraram parte do café, o presidente Václav Havel alertou os Estados Unidos que as relações diplomáticas entre os dois países poderiam se complicar se não houvesse um acordo em relação a uma das cláusulas do contrato.
- O Museu do Comunismo. Na propaganda, a descrição do endereço é feita com humor: Em cima do McDonald's, ao lado do cassino. É um museu pequenininho e muito simpático. Dá pra ver pela exposição e pelas ironias por toda a parte o quanto os organizadores do museu odiavam o Stalin e o resto da patota. Uma ótima aula do que foi o comunismo na Tcheco-Eslováquia. Dando um desconto pra alguns exageros e entendendo o humor dos caras, é um dos programas mais divertidos. Clicando aqui, dá pra fazer um tour virtual pelo museu e ter uma idéia do que ele é. E esse é o site do museu.

As fotos estão aqui. Também estão as fotos de Plzen e Karlovy Vary. Plzen passamos de carro. Karlovy Vary é uma São Lourenço a pouquíssimos quilômetros da fronteira com a Alemanhã. Assustador, né? Mas valeu muito a experiência. A arquitetura é uma gracinha. Vale pra passar algumas horas.

No próximo post, eu conto de Bratislava, minha nova paixão.


Dia lindo de sol vendo o Rio Vltava do
Slavia Kavárna, tradicional café reaberto
em 97 Posted by Hello
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sexta-feira, abril 01, 2005

Mais uma...

Mais uma vez roubada. Dessa vez não sei se foi em Praga ou em Londres (chique, né?). Mas levaram o meu celular de dentro da mochila de viagem muito provavelmente entre o check in e o desembarque em Londres... Amigos em contato telefônico, por favor, ignorem o meu número de celular e liguem aqui pra casa ou escrevam emails. Vou tentar resolver isso o mais rápido possível e em breve mando o número novo.

Chegada em Londres meio conturbada. Mas a viagem foi perfeita, perfeita. Amanhã talvez consiga estar com bom humor para contar detalhes. Por enquanto, raiva pelos pounds extras que não pensava em gastar e pela perda dos números de telefone dos amigos. Vai dar o maior trabalho reunir tudo de novo... :(
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